O que se acontece quando junta um vocalista invocado, um guitarrista criativo, um baixista calmo e um baterista alucinado?
Essa "química" nasceu uma das maiores bandas de rock que, ao lado dos Beatles e Rolling Stones, revolucionaram o rock!
Com vocês, The Who!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Posso Ver por Milhas (Poesia)

A segunda música do The Who é uma das minhas favoritas e também foi ela que fez meu pai ouvi-los e admira-los pelo seu som pesado e cheia de energia. E na minha imaginação, escrevi no bloco e transpasso no Word, uma poesia inspirada na música, embora durante a leitura não tem quase nada a ver com a letra da canção, exceto o título traduzido. Desejo-lhes boa leitura! Em breve, a história do The Who.


Posso ver por milhas__ Maya Amamiya

Múltiplas vistas...
Paisagens randômicas
Um par de ostentados olhos mágicos
E uma habilidade.
O vôo de um pássaro
O cair de um destroço em terra firme
E diversos acontecimentos
Verei por milhas e milhas.


Fim
Inara Araujo
Inspirada na música I Can See For Miles

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Aquele baixista (Poesia)

Mais uma poesia da banda. Parece que estou naqueles dias de inspiração de escritora de dar orgulho ao Pete Townshend. Huahauaahua ok talvez nem tanto assim. E desta vez dedico para o baixista do milênio, segundo a revistar Guitar edição de 2000, John Alec Entwistle.

Aquele baixista...__ Maya Amamiya

Tão discreto e talentoso
Tão sorridente e tão quieto
Comporta-se como um touro
Mas possui dedos relâmpagos
Encantaria-me mais é
Seu jeito reservado.
No entanto,
Sua habilidade é magnífica.
Quem sabe...
Eu tenha sorte
De conhecer você
Na era Mod anos 60.


FIM

Dedicado ao baixista do The Who, John Entwistle.

Inspiradora (Fanfic)

Outra fanfic minha do The Who. Essa é inspirada na songfic Behind Blue Eyes e na música Girl's Eyes, tirada do disco Sell Out e de autoria do baterista Keith Moon. Ainda estou devendo o extra-chapter da Behind... mas é questão de tempo para colocar. Aguardem e boa leitura!




Pete Townshend POV

Poderia muito bem desenhá-la nas minhas molduras e deixar penduradas na parede do quarto para todos os dias contemplar seu angelical rosto. No entanto ela é tão inalcançável. Uma distância nos separa. Não falo em questões geográficas e sim por diferenças, mínimas diferenças. Ela é a irmã de um dos meus melhores amigos. E eu um estudante comprometido e com aliança no dedo.
Gosto muito da Karen desde que nos tornamos colegas no primeiro dia de aula. De inicio o relacionamento foi muito bom. Depois vieram indecisões, brigas intensas, ciúmes por parte dela e o compromisso. Mesmo assim, gosto muito dela e gostei em usar aliança de compromisso.  Roger e John me alertaram para não aceitar. Ignorei os avisos e o que aconteceu? Tudo piorou! E me veio à conclusão. Karen é apenas uma amiga. Nossa relação amorosa se tornou um inferno. Desde então procurei uma saída para esse problema sem prejudica - lá... Até conhecer Lilian Marie Moon, a bela irmã de Keith Moon.
Foi um impacto universal dentro de mim.  Eu a vi com Keith na entrada da faculdade, conversando sobre o que preparar para o jantar e depois ela se despediu e seguiu em direção ao colégio Shepeard. Uma estudante do último ano, eu pensei.  E ela é mesmo a estudante do colegial segundo Keith quando me contou sobre ela.  Todo dia pensava em Lily e inclusive nas aulas. Nos ensaios da banda brincava de cantar seu nome e claro, sem que ninguém ouvir. Temia que Keith me odiasse se soubesse da paixão platônica por sua irmã.  Resolvi falar para alguém que sabia que poderia me ouvir sempre, a qualquer hora e momento: o baixista John Entwistle. Ele me ouviu sem muita alegria, mas aconselhou que devesse conquistá-la e deixar de vez Karen Astley.  Estava tudo tranqüilo até me acontecer outra coisa: John também estava apaixonado por Lily.
Enquanto lia uma edição da história em quadrinho do Homem-Aranha, constatei que me parecia com Peter Parker. Ele renunciou a atual namorada — uma líder de torcida --- para ficar com Gwen Stacy, a linda loira que o arrebatou. O preço disso foi muito prejudicial para ele. Gwen não conseguiu largar Harry Osborn e ainda mais num momento delicado que passava pela morte do pai.  Eu era exatamente como Parker. Deixei Karen e arranquei aquele anel prateado do dedo e segui rumo ao destino nos braços delicados de uma garota de 18 anos de olhos meigos e castanhos claros como os do Keith e uma voz doce que parece um anjo. Meu azar foi vê-la nos braços de Entwistle, toda carinhosa para o baixista grandão. Minha vontade era voar no pescoço dele e esganá-lo até ficar roxa aquela face sem expressão. Meu amigo de infância me apunhalou total.  No outro dia ele me pediu desculpas por não confessar que também gostava dela do mesmo jeito.  E como todo bom amigo aceitei na boa, prometendo superar a derrota.  Uma parte do problema começou e terminou razoavelmente bem. A outra parte só começou.
Nunca traí Karen durante nosso namoro. E pelo visto John não seguiu essa mesma regra de fidelidade que eu. Todas as noites ele vadiava com os amigos para beber, caçar garotas nos inferninhos do bairro e gritava feito louco na vizinhança. Participava também de tudo. Só parei com isso depois de descobrir a verdade do namoro do meu amigo com a irmã de Keith.  Enojou-me naquela noite. Voltei para casa como se algo de ruim me afetasse o estômago e vomitar a qualquer momento. Meu deus, onde fui me meter ao admitir perder a garota dos meus sonhos para o meu amigo?
Ela descobriu por conta própria. Entwistle tentou se explicar em vão. Lily é uma garota de decisões rápidas e coerentes. Jurou nunca mais vê-lo. Por semanas ele a visitou e só era bem recebido por Keith e só quando este estava de bom humor.  Keith também descobriu tudo. Para amizade não se desmanchar, forçou Ox (apelido do John) nunca mais se encontrar com Lilian e que apenas seja amizade e mais nada. Minha esperança em reconquistar a garota foi renovada.
Era um dia chuvoso e tinha esquecido o guarda-chuva na cama do meu irmão. Saí mesmo com mundo caindo na cabeça. Ao chegar à casa do Keith, encontrei Lily chorando. Ela foi espancada na rua pelos vagabundos.  O irmão dela não tinha chegado do mercado e ela correu para casa, se escondendo de tudo.  Oh deus, aquela criatura delicada, machucada por um bando de animais ensandecidos.  Ela tentou usar os primeiros socorros no braço machucado, mas não conseguia pela dor tão delirante. Ajudei.  E recebi um prêmio. Não era um “muito obrigada Pete.”  E sim o leve toque de seus lábios macios como as pétalas de rosas vermelhas da primavera. Quando sua língua começou a dançar tão loucamente dentro da minha boca, constatei ser um beijo dela. E que beijo!
Minhas roupas foram postas para secar. E minha alma foi aquecida com a energia humana e gentil do anjo de olhos castanhos. Teríamos feito muito mais naquele dia se a presença assustadora de Keith, Roger e do “traíra” John. Ninguém suspeitou de nada e nem o próprio Moonie reparou que usava suas roupas enquanto as minhas estavam penduradas para secar. John olhou para Lily de um jeito enigmático, mas ela desviou e segurou meu braço para me guiar.  Nosso ensaio não foi nada mal. Roger e John foram embora e pedi a Keith se podia passar a noite em sua casa.  A resposta foi uma afirmação.  Sorte minha que tinha um quarto de hóspedes na casa dos Moon.  A noite de sábado foi gelada porém para mim não foi tanto assim, com a companhia suave de Lily Moon. “Amo-te, Pete.”, ela disse ao adormecer em meus braços.  Esperei tanto por esse momento. Eu também, minha adorada Lilian. Amo-te, minha deusa de olhos de garota.

FIM


N/A: Inspirada nas músicas do The Who. E referência ao super herói Homem-Aranha.

Behind Blue Eyes (Songfic)

Já algum tempo, tinha escrito minha primeira fanfiction do The Who. De tanto ouvi-los acabei gerando umas idéias muito loucas, transformando-as em uma história do universo alternativo,ou seja, a songfic se passa nos tempos de hoje e não no cenário dos anos 60, embora tenha umas referências bem legais. Nessa songfic, retrata o drama de Lilian Moon, a irmã (fictícia) de Keith Moon, que foge de casa após as desavenças na família e vai morar com irmão mas acaba se apaixonando pelos dois amigos dele, Pete e John. Eis que surge a pergunta: com quem Lily deve ficar? A resposta está na songfic Behind Blue Eyes. Boa leitura!


John Entwistle POV
Não era minha escolha. Ou talvez fosse minha escolha. Poupei-a de um destino incerto do meu lado. Se ao menos tivesse nos conhecido em outras situações, seriamos felizes. O meu problema foi permitir uma mentira. Não sou malvado, mas me julgaram como tal.  Inclusive ela.   Deus, se você existe mesmo, então por que não permitiu Lily viver comigo? Por que me deixou num caminho solitário, numa estrada sem destino e caminhando como um morto-vivo*? ELA ERA MEU DESTINO! Ela viu através dos meus olhos o que nem a Alison viu. Ela acreditou em mim.

No one knows what it's like, to be the bad man
To be the sad man, behind blue eyes
No one knows what it's like, to be hated
To be fated, to telling only lies
(Ninguém sabe como é, ser o homem mal
Ser o homem triste, por trás de olhos azuis
E ninguém sabe como é, ser odiado,
Ser destinado, a contar só mentiras...)

Lily Moon POV
Mamãe é uma desgraçada mesmo. Preferiu aquele mecânico cafetão do Oliver do que acreditar nas minhas palavras. Por que não fugi de casa junto com Keith? Era muito melhor do que suportar o porco do meu novo padrasto. Mas quem iria dar abrigo para uma garota de 15 anos e ainda no começo do colegial? A periferia de Burnchain* em Londres tinha leis rígidas que o governo fez e se caso saisse de casa antes dos 18, minha punição seria no reformatório.  Suportei tudo até a maioridade. E no meu aniversário, aconteceu aquilo que era a gota d’água. Oliver me estrupou. E ainda antes de mamãe chegar em casa com o bolo e os presentes.  “ Se disser uma palavra para sua mãe ou outra pessoa, te mato num instante, menina!”, ele disse enquanto fechava o zíper da calça e acariciava meu rosto tão cinicamente eu chorava desesperada.
Não teve outra. Assim que ele saiu, arrumei minhas coisas e rumei estrada afora até Soho, o bairro mais legal de Londres. E onde meu irmão de 20 anos mora.  A Queen Victoria Aquittany Street 12 podia ser uma das ruas mais modestas de Londres se não fosse a Edward Vanderbilt Street 45, com índices de limpeza bem altos. Encontrei a casa número 367. Era com dois andares e o estilo lembrava as casas reais dos nobres e as cores eram cinza e branco e na porta uma placa dizendo “República Rock. Seja bem vindo”. Timidamente, bati na porta com a expectativa de ser atendida pelo meu irmão.  Mas ao invés do Keith, foi outro cara.

But my dreams they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance, that's never free
(Mas meus sonhos não são tão vazios
Quanto minha consciência parece ser
passo horas, somente sozinho
Meu amor é a vingança que nunca é livre)

John Entwistle POV
Talvez fosse lisergia das drogas pesadas conseguidas com Roger ou as bebidas que Pete e Keith conseguiram com um barman de Soho no entanto o que vi não era miragem ou ilusão optica.  Era uma garota. Uma linda garota de olhos castanhos claros,  nariz aquilino e cabelos negros curtos. Ela usava uma blusa rosa e calça jeans preta, combinando com o tênis Allstar rosa shocking com estrelas negras.

-- O... Oi. —ela estava muito nervosa por me ver daquele jeito, todo desequilibrado. —O meu irmão... Keith, ele mora nessa casa?
Ela disse Keith? Não acreditava que a garota fosse irmã de Keith.
-- Só um momento. Eu vou chamá-lo. – chamei Keith, que dormia no chão a dois palmos perto de Roger e Pete. Poderia dizer que ele é gay, se não pegasse tantas garotas colegiais nos clubes.

-- Keith. Acorda, Keith! Keith—Tive de sacudi-lo para acordar de vez.

-- Hum... Ahm... Que... Que… onde… John? O que houve?
-- Tem uma menina que diz ser sua irmã.  Está esperando ali na porta.
-- Nossa!—se levantou rápido, meio atrapalhado. —Se for quem penso, preciso me apresentar bem.
Keith correu pra sala e assim que viu a jovem, gritou alegremente.
-- Lily!
-- Keith John!
Os tremores do meu amigo e meus se confirmaram: ela é irmã dele. Roger e Pete se acordaram com os gritos dos irmãos Moon.
-- Hei o que está acontecendo?—perguntou Roger, muito grogue.
-- Que porra é essa, Ox?—Pete e seu desbocado linguajar. Ele sempre fala palavrão quando acorda e na maior parte do dia, menos perto das garotas.
-- Ah mana, que saudades de você. —dizia Keith contemplando-a.
-- Eu também senti saudades, meu irmão.  Antes de perguntar, serei direta: fugi de casa.-- Mas... Por quê? Ah, já sei. Foi o Oliver, né?
O silêncio dela foi à resposta necessária. Todos ficaram quietos e depois se aproximaram de Keith e da menina.
-- Lily, esses são meus amigos. Roger Daltrey você deve conhecê-lo, né? Já foram colegas.
-- Sim,  como não hei de lembrar-se do loiro rebelde. Você ta legal, Roger?
-- É, to seguindo firme. – Roger respondeu muito sem jeito.
-- E esse é Peter Townshend. Mas pode chamá-lo de Pete.
-- É um prazer em conhece - lá, garota. Sou Pete.
-- E eu sou Lilian, no entanto, me chamem de Lily.
-- Lily... – Pete repetiu o nome com vontade. Percebi as intenções dele.-- E esse cara que te atendeu e tem jeito bruto de touro é o John Entwistle, um dos mais velhos do time, se não o único mais velho.
Keith Moon como sempre tentando me sacanear na frente de meninas, e ainda mais na frente da irmã dele. Epa! Por que me preocupo com que essa moça pensa de mim?
-- Encantada, John!
-- Igualmente. Se quiser, me chame de Ox.
-- Por que Ox?
-- Sei lá. A galera me chamou assim num show e nem falei nada.
E a partir daquele momento, da chegada de Lily, nossos dias nunca mais foram os mesmos e nem os meus dias. E tudo por causa do anjo chamado Lily.

No one knows what it's like, to feel these feelings
Like I do, and I blame you
No one bites back as hard, on their anger
None of my pain or woe, can show through
(Ninguém sabe como é, sentir estes sentimentos
Como eu sinto, e a culpa é sua!
Ninguém ferroa tão ferozmente, em sua ira
Nenhuma das minhas aflições ou dores.. podem transparecer)


Lily Moon POV
Foi 1 ano que passei a viver com meu irmão.  Já tinha tudo planejado desde o inicio. Eu mesma bancaria minhas próprias despesas, ajudaria Keith na casa e na banda. E por falar em banda, Keith junto com aqueles três amigos estranhos, formaram uma banda de rock que toca nos clubes de rhythm & blues todas as noites nos arredores de Londres, desde os mais chiques como em Buckinghamshire Street até mesmo no Carnaby e no boêmio e divertido bairro Soho. De dia eles estudam Artes na Faculdade Londrina, à noite arrebentam com uma sonoridade super envolvente. E quanto a mim, permaneci nos estudos e trabalhando na padaria George’s Baker de apenas meio turno.
Viver com Keith foi uma decisão sábia... Mas trouxe umas conseqüências quase irreversíveis.  Nem em meus vazios sonhos me ocorreu me apaixonar por dois homens totalmente diferentes e ainda sim não souber decidir.  
Afeiçoei-me primeiramente com o enigmático John.  Desde minha chegada não trocamos uma palavra exceto naquela vez em que me atendeu. No entanto, um dia quando Keith saiu para comprar pão e leite e Roger e Pete ainda não vieram para os ensaios, fiquei limpando os instrumentos sem saber que alguém me observava.

-- Tome cuidado ao limpar meu Alembic*.
Foi um susto.
-- Me... me desculpe.
-- Não tem problema. Para falar a verdade, não tolero que ponham as mãos nos meus contrabaixos.  No entanto, eu permito que toque apenas para limpeza.
-- Ok. E serei mais cuidadosa. —finalizei com uma voz misturando calma e nervosismo.
No fundo tremia de medo dele. John era tão sombrio, calado e dotado de um humor sarcástico estilo dark.  Tinha de admitir que aquele rapaz de certo modo me encantava muito. E ainda por cima não tinha a menor intenção de mostrar essa “intenção” minha a ele. No aniversário dele foi surpreendente. Keith e a turma fizeram uma festa num bar perto de casa e eu fiquei presa no trabalho em plena sexta à noite. Pelo menos deu tempo em comprar o presente. Assim que entrei na sala, encontrei John chorando na cozinha. Fui até onde ele chorava.
-- John.
-- Hm.. Lily...—ele falava com tanta dificuldade.—To legal é que só... um problema nos olhos.
-- Eu sei bem.  Ah, olha! Feliz Aniversário. —entreguei o presente nas mãos dele e transmitindo segurança e alegria.
-- Puxa muito obrigado pelo... —os olhos faiscantes azulados de John brilharam ao verem a trompa francesa das orquestras. --... presente. Como soube que tocava também esse instrumento?
-- Keith me disse e passei a juntar uma grana para comprá-lo.  Você merece,  Ox.
A partir daquele dia, minha ligação Entwistle se tornou mais profunda e além da amizade. (N/A rápido: essa vai ser a parte em que terá um momento NC-17, mas deixo reservado para um futuro capitulo único)


But my dreams, they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance, that's never free
(Mas meus sonhos não são tão vazios
Quanto minha consciência parece ser
Passo horas, somente sozinho
Meu amor é a vingança que nunca é livre)


Lily Moon POV
Não imaginava que depois da noite do aniversário,  John passasse a me ignorar por completo. A mágoa invadiu minha alma. Estava a beira de um abismo. Não tinha vontade de estudar,  nem de trabalhar.  Amar um dos melhores amigos do meu irmão é pecado? Então o que devo fazer?  
Não era de sofrer por um cara. E muito menos jogar tudo no buraco.  Fui tentar tirar a coisa à limpo com ele e só recebia respostas frias.
Ele está me escondendo algo.
Resolvi encara-lo nos olhos.
-- Afinal de contas, o que está havendo? Por que me ignora tanto assim, John?
A resposta foi a mais cortante que já ouvi. O pesadêlo de toda garota que encontra o cara ideal.
-- Sou casado.

When my fist clenches, crack it open
Before I use it and lose my cool
When I smile, tell me some bad news
Before I laugh and act like a fool
(Quando meus punhos cerrarem, abra-os até quebrar...
Antes que eu os use e perca a calma.
Quando eu sorrir, me dê algumas notícias ruins...
Antes que eu sorria e aja como um tolo.)

Pete Townshend POV
Tão perto e tão incapaz de chegar perto dela.  Uma parte disso é  consideração por ela ser a irmã de Keith, meu grande amigo. O máximo onde consegui foi apenas nas longas conversas que mantivemos. Quanto a ela, sua atenção era prendida na presença do Ox. E o pior que ele me garantiu sem envolvimentos com Lily e olhe no que deu: não suportou esconder a verdade e contou tudo. A pobrezinha chorava todas as noites, trancava-se no quarto durante horas e faltou até uns dias de aula e trabalho. Como tive vontade de acertar um murro na cara de John e não me importaria com nossa amizade de longa data. 
No fim de setembro, Lily retornou sua rotina mas ainda sofria por Ox. O maldito estragou a vida dela. E da pior possível, como a Lei de Murphy é capaz de fazer.  Fui para o meu quarto e no caminho cruzei com a porta aberta do quarto de Lily. Ela estava deitada na cama, toda encolhida e olhando fixo para a janela.
Não tive palavras para o conforto da alma e então peguei o edredon e cobri seu corpo tremido pelo frio. Ela me olhou e sorriu como se dissesse um “obrigada, Pete.” Também sorri para ela.

Lily Moon POV
-- Me desculpe por tudo que causei Pete.
Não sabia se era o certo pedir desculpas a alguém que não tinha culpa disso tudo.
-- Não precisa pedir desculpas. Sabe... Eu também amei uma pessoa. Ela não correspondeu minhas expectativas e sofri muito.
-- Mas por que ela te rejeitou?—fique curiosa.
-- Ela... Tinha um namorado e só ficava comigo para fazer ciúmes nele.
Meu coração se encheu de ódio por essa garota. Se ela tinha namorado, por que usou Pete?
-- Ela é uma vadia. —falei na maior naturalidade rebelde.
-- O que disse?
-- Disse que ela é uma vadia por ter usar feito objeto e jogar fora.
Depois dessas palavras inspiradoras, os braços do guitarrista me enlaçaram por completa. Aquele abraço aqueceu minha alma, reviveu meu coração.
Ele me trouxe a vida.

And if I swallow anything evil
Put your finger down my throat
And if I shiver, please give me your blanket
Keep me warm, let me wear your coat
(se eu beber de algo maligno;
Enfie seu dedo na minha garganta.
E se eu tremer me dê seu cobertor;
Me mantenha aquecido, deixe-me usar seu casaco.)

John Entwistle POV
Não devia ter escondido esse segredo do casamento. O tempo não pode ser voltado para trás. E se desse para isso, consertaria tranqüilo tudo para salvar meu amor por ela. Eu fui malévolo involuntariamente. Tornei-me alguém triste, mas não permiti esse abalo. Ainda tenho certeza: tudo se resolverá.
Amada Lily...
Perdoe-me pelos erros. Fui um tolo por mentir desse jeito e reprimir esse sentimento tão indômito como o amor. Me perdoe, querida...


No one knows what it’s like, to be the bad man
To be the sad man, behind blue eyes
(Ninguém sabe como é, ser o homem mal
Ser o homem triste, por trás de olhos azuis)


 
FIM


N/A:  A palavras que contém um asterisco é que fiz umas referências. Uma delas a minha poesia, “Morto-Vivo”, o nome do bairro “Burnchain” é inventado, o contrabaixo Alembic pertencia mesmo ao baixista John Entwistle. E em breve sairá o “extra chapter”, um capitulo dedicado a parte NC-17 dos casais John x Lily e Pete x Lily.
Aguarde!